No mês que marca a entrada do verão no Hemisfério Sul, a campanha "Dezembro Laranja" chama a atenção para a prevenção do câncer de pele, que representa 30% do total de tumores malignos no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A ação, realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ocorre anualmente desde 2014. Para 2020, o lema utilizado é "câncer de pele é coisa séria" e busca incentivar a conscientização sobre hábitos saudáveis desde a infância.

A campanha da SBD geralmente inclui uma série de programas e atividades junto à população, como o mutirão de consultas para diagnóstico do câncer de pele que ocorreu em anos anteriores em todo o país. Devido à pandemia do coronavírus, as ações de 2020 ocorrerão apenas nas redes sociais e plataformas digitais, com o uso das hashtags #DezembroLaranja, #CancerdePeleECoisaSeria, #CancerdePele #CampanhaCancerdePele2020.

Neste ano, crianças e adolescentes são os protagonistas da campanha. Eles vão chamar a atenção sobre o quanto a exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida e episódios de queimadura solar são os principais fatores de risco para a doença. A dica dos especialistas é prestarmos atenção a pintas que ganham volume, manchas que aumentam, sinais da pele que mudam de forma e feridas que não cicatrizam (veja abaixo quadro com dicas de prevenção).

"Qualquer um de nós pode desenvolver um câncer de pele, porém existem pessoas mais propensas como as de pele, cabelos e olhos claros; indivíduos com histórico familiar de câncer de pele; múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados. Essas pessoas precisam de um cuidado a mais com a pele e de avaliação frequente de um médico dermatologista", afirma o coordenador do Dezembro Laranja, o dermatologista Elimar Gomes, da SBD.

Tipos
O câncer de pele não melanoma é o mais frequente, com alto índice de cura, quando detectado e tratado precocemente. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, por estar relacionado à exposição solar acumulada ao longo da vida. São diversos os tipos desse tumor, sendo os mais frequentes o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermóide (veja quadro abaixo).

O câncer de pele melanoma ocorre a partir das células produtoras de melanina e é mais frequente em adultos brancos. O tumor pode aparecer como manchas, pintas ou sinais em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas.

Pessoas de pele negra costumam apresentar esse tumor em partes claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. É o tipo mais grave de câncer de pele, pela alta possibilidade de levar a metástase (quando o câncer se espalha por outros órgãos).

Números da doença
No Brasil, a estimativa é de 185 mil novos casos de câncer de pele surjam em 2020, de acordo com o INCA - sendo 8,4 mil casos de melanoma e 177 mil de não melanoma. Os números mais recentes do "Atlas de Mortalidade por Câncer", com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, apontam que em 2018 foram 4.120 mortes por esse tipo de tumor no país, sendo 1.791 por melanoma e 2.329 por não melanoma.

 Fonte: Instituto Nacional do Câncer (INCA)/Ministério da Saúde