Combater a obesidade infantil é um dos maiores desafios da atualidade, especialmente pelos hábitos de consumo de grandes quantidades de alimentos ricos em açúcares e gordura, aliados ao sedentarismo, cada vez mais comum entre as crianças. Para chamar a atenção sobre a necessidade de se controlar o peso delas para um melhor desenvolvimento e qualidade de vida, é comemorado em 3 de junho o “Dia da Consciência contra a Obesidade Infantil”.


Segundo o Ministério da Saúde, 3 em cada 10 crianças brasileiras de 5 a 9 anos estão acima do peso. E o problema tende a se prolongar após a adolescência. O relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), divulgado em 2017, aponta que mais da metade dos brasileiros está com sobrepeso, e a obesidade atinge 20% dos adultos. O estudo revela que há 124 milhões de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo.


“A prevenção é a solução para diminuir o sobrepeso e a obesidade infantil. A dica é diminuir o consumo de produtos ultraprocessados e preferir uma alimentação saudável e variada, atrelada a prática de atividades físicas”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo Pedro Pinheiro Neto.


A obesidade é mais frequente em pessoas com dieta desbalanceada, por isso a dica é que após os 6 meses de vida o bebê comece a ter alimentação complementar saudável rica em nutrientes. Outros quadros relacionados ao problema são questões emocionais e fatores genéticos, fisiológicos, metabólicos e comportamentais. Quem pode orientar sobre a prevenção é o médico pediatra.


Geralmente o sobrepeso, também na infância, não acontece de forma isolada, tendo relação com outras doenças, como diabetes tipo 2, colesterol, hipertensão e doenças circulatórias. “O Diabetes Melittus (DM) tipo 2 e esteatose hepática (acúmulo de gordura nas células do fígado), que até então eram consideradas doenças de adulto, estão cada vez mais sendo diagnosticados na população pediátrica, devido ao grande aumento da obesidade nessa população”, diz Pinheiro.



Rotina saudável no isolamento social


Com as crianças em casa por mais tempo durante o confinamento em virtude do coronavírus, é preciso mais cuidado quanto à alimentação. A pediatra Hannah Peixoto Schechtman ressalta que a dieta balanceada deve ser adotada junto à prática de atividades físicas.


“Como elas ficam mais em casa, acabam comendo o dia todo. Dessa forma, é fundamental estabelecer horários para as refeições e lanches. Além disso, não se deve ter muitos doces, bolachas recheadas, refrigerantes em casa”.


Incluir os filhos no preparo das refeições pode ensiná-los sobre bons hábitos alimentares. “Ter coisas saudáveis como frutas e legumes para oferecer para as crianças é fundamental. Vale também incentivar à prática de alguma atividade física para elas, como pular corda e dançar”, diz Hannah.