O Medicamentos podem causar bem-estar e até mesmo salvar vidas, mas o uso sem recomendação de um profissional muitas vezes é sinônimo de transtorno. Por isso, a orientação dos especialistas é de só recorrer aos remédios em caso de necessidade e com prescrição médica. Neste 5 de maio, “Dia Nacional sobre o Uso Racional de Medicamentos”, veja alguns dos principais riscos da automedicação e saiba o que fazer para evitar maiores problemas quando aquela dor aparecer.


Até mesmo o consumo inadequado de um simples analgésico pode trazer transtornos. Dependendo do produto, o uso indevido leva a algum tipo de intoxicação – o que constitui um grave problema de saúde pública – e pode até levar a danos em órgãos vitais, como os rins e o fígado, ou causar um comprometimento cardíaco, por exemplo.


Segundo a farmacêutica Sandra Márcia da Silva, nenhum medicamento é “isento de perigo à saúde”, por isso é preciso seguir critérios na hora de optar por um produto do tipo. “Daí a necessidade de, no momento da compra, buscar a assistência farmacêutica quanto ao uso correto e os riscos.”


A automedicação também é capaz de mascarar o problema real do paciente. O tratamento inadequado pode levar a agravamento da doença e trazer sequelas ou levar à morte em alguns casos. Até mesmo quando um paciente usa habitualmente um remédio, é preciso haver acompanhamento profissional e monitoramento periódico, para verificar sua eficácia. 


“Às vezes há a necessidade de ajuste da dose, troca de princípio ativo em decorrência de reações adversas, acompanhamento laboratorial. Há risco de interação medicamentosa podendo causar sérios danos à saúde e comprometimento de órgãos”, afirma Sandra.


Em caso de reação adversa, a recomendação é de que se procure assistência médica o mais rápido possível. Se necessário, o profissional habilitado fará a substituição, o ajuste de dose ou até a suspensão do uso.


Alimentação e álcool
O uso de medicamentos pode oferecer mais riscos à saúde dependendo de outros produtos que o paciente consuma. Se ele não se alimenta bem, ingerindo quantidade insuficiente de proteínas, por exemplo, pode ter problema com a absorção de substâncias do remédio, podendo prolongar o mal-estar ou retardar a cura.


“Alguns medicamentos requerem a presença de alimento como fator de proteção da mucosa estomacal. Se isso não ocorre, podem surgir sintomas como dor, queimação, gastrite ou até úlceras”, diz Sandra.


O uso aliado ao consumo de bebidas alcoólicas pode potencializar ou reduzir o efeito do medicamento e também induzir o aparecimento de reações adversas. Segundo a farmacêutica, remédios utilizados em associação com outras drogas podem levar ao comprometimento do Sistema Nervoso Central e colocar em risco as funções vitais do organismo.


‘Produtos naturais’
Qualquer produto que possa agir no corpo humano pode oferecer risco à saúde, e isso vale também para chás, fitoterápicos e outras substâncias naturais. “Não é porque é natural que não faz mal. Faz, sim”, afirma Sandra. Buscar orientação com médicos e farmacêuticos sobre possíveis efeitos colaterais é uma dica importante.


“Culturalmente as pessoas usam os chás como alívio de problemas respiratórios, transtornos no fígado, rins, digestivos. Na maioria das vezes são usadas plantas conhecidas, mas essas plantas têm ativos que, dependendo da concentração, poderão exercer ação tóxica no organismo, causando diarreias, vômitos, alterações cardíacas”, diz a farmacêutica.