Quando assumi a presidência da Casembrapa, em abril de 2013, encontrei a Casembrapa com muitos débitos por parte dos associados. Em geral constatou-se que 60% deles deviam ao Plano. As dificuldades eram imensas por não se ter certeza de quem realmente tinha débitos e qual o valor correto. Em maio de 2014 foi possível fazer a primeira negociação dos débitos, já com a precisão de qual era o montante da dívida tanto no geral quanto individualmente. Em agosto de 2014 foi possível aplicar o regulamento quanto à suspensão e exclusão do Plano para aqueles devedores que não queriam ou não podiam negociar seus débitos.


Evidenciou-se o desequilíbrio econômico financeiro, que já vinha acontecendo desde 2011, chegando ao seu ápice em 2014. Esse momento exigiu um reajuste no plano, algo que ainda não havia acontecido. Até então, os acréscimos de recursos da operadora eram somente por conta do reajuste salarial dos empregados da Embrapa.


Foram momentos difíceis, mas com pulso e decisão conseguimos superar. 


Novamente, em 2017, enfrentamos nova crise. Desta vez, em função das quedas sucessivas de nossas reservas, deixamos de ter fundos suficientes para atingir o indicador da margem de solvência, que é uma das exigências da Agência Nacional de Saúde suplementar – ANS.


A experiência do primeiro momento me fez ter a certeza de que, apesar de estar enfrentando um desequilíbrio econômico financeiro, desta vez por conta de uma avaliação não muito boa pela ANS, superaríamos mais facilmente esse período. Nos encontrávamos em situação bem melhor do que em 2014, pois não deixamos de prestar atendimento aos nossos associados em razão de falta de pagamento aos prestadores.


No final de 2018 já havíamos conseguido recuperar nossas reservas e voltamos a atender aos indicadores que estavam com índices abaixo do exigido pela ANS.


Nesse período, a agência emitiu um grande número de normativas exigindo agilidade de respostas, inovação tecnológica para atender aos procedimentos eletrônicos e alterações que impactaram nas atividades das operadoras.


Muitos desafios foram postos: mudamos a estrutura da Casembrapa, refinamos os processos, aumentamos o quadro de empregados, negociamos dívidas, profissionalizamos mais ainda a relação com a Embrapa e o Conselho de Administração, entre outros.


Foi um grande aprendizado e me senti honrada e agradecida pela confiança a mim depositada pela Patrocinadora, pelos conselhos e pelos associados. Sou grata por fazer parte da galeria de presidentes do Plano de Saúde. Agradeço também a toda a equipe, que junto comigo acreditou que era possível fazer melhor e me deu o voto de confiança acreditando que eu tinha vindo para somar. Um agradecimento em especial aos meus companheiros da maior parte dos meus seis anos de mandato, Cássio Cury e Júlio Pereira, pelos momentos de companheirismo e aprendizado.


Deixo a Casembrapa mais estruturada do que encontrei, na certeza de que dei o melhor de mim. Desejo que aqueles que venham a me suceder possam contribuir com suas ideias e energia para este patrimônio fabuloso que temos, que é a Casembrapa.


 


Sonisley Santos Machado
Presidente da Casembrapa