As mulheres costumam dedicar atenção a todos ao seu redor, por isso muitas vezes se esquecem dos cuidados com a própria saúde e bem-estar. Desempenhando cada vez mais papéis na sociedade, acumulando funções em casa e no trabalho, elas estão mais suscetíveis a males que antes eram mais comuns entre os homens. Apesar disso, os especialistas afirmam que é possível minimizar os problemas adotando hábitos que tornam corpo e a mente mais preparados para a correria da vida moderna.


A sobrecarga de atividades é apontada pelos médicos como uma das principais motivações para o aumento na incidência de doenças como a hipertensão arterial e infarto agudo do miocárdio em mulheres. Isso ocorre porque o estresse, característico nessas situações, descontrola o cortisol e altera o funcionamento do organismo.


Para se manter firme e cumprindo todas as atividades, a mulher deve seguir a cartilha da vida saudável: manter alimentação equilibrada, praticar exercícios regularmente e dormir de forma adequada.


Segundo a ginecologista Ana Carolina Deserto, a carga de atividades das mulheres tem deixado o organismo delas fragilizado, fazendo com que o sistema imunológico deprima e predispondo a problemas de saúde. “Dormimos mal, nos alimentamos mal, pulamos refeições, trocamos o almoço pelo fastfood, não nos exercitamos. Desta forma, sem nos dar conta, entramos no círculo vicioso que nos atrai para as doenças cardiovasculares, metabólicas, gastrointestinais.”


Outra medida importante de prevenção é visitar o médico regularmente, diz Ana Carolina. Só o acompanhamento com profissional pode ajudar a identificar possíveis problemas em uma fase inicial ou mesmo ajudar na melhor orientação para manter a saúde de um modo geral.


“Como cada ser humano é um ser único, cada mulher também não deve ser vista da mesma forma. Em cada fase da vida da mulher, da adolescência à maturidade, há particularidades que são vistas de forma direcionada e específica.”


No consultório, a paciente recebe informações sobre sexualidade, como cuidados com contracepção e infecções sexualmente transmissíveis. Durante as consultas regulares, é possível realizar exames como o Papanicolau (essencial para prevenção do câncer de colo do útero), mamografia (diagnóstico de câncer de mama) e exames de ultrassonografia (de mamas, transvaginal, tireoide, abdômen).


Os exames laboratoriais também são importantes para diagnóstico de doenças, especialmente no caso de pacientes com fatores de risco para determinadas patologias. 


A médica cita o caso de mulheres com doença cardiovascular e que tenham alteração de glicemia ou que sofram de tireoideopatia. Em situações como essa, o ginecologista deve encaminhar a paciente para um cardiologista ou endocrinologista.




 


É papel do ginecologista ficar atento para aos pacientes acima dos 50 anos para o risco de doenças neoplásicas intestinais (câncer de cólon/reto) rastreando o mesmo e avaliando encaminhamento ao colonproctologista, afirma.





Segundo Ana Carolina, as doenças que mais afetam o público feminino na atualidade são as vulvovaginites (infecções por alteração da flora vaginal), entre elas a candidíase, desordens menstruais por dor ou sangramento inadequado (de origem anatômica por mioma ou funcional por questão hormonal) e dor pélvica crônica (que dura mais de 3 meses). Esta última, tendo a endometriose como uma das causas mais diagnosticadas.


Em síntese, a melhor forma de cuidar da saúde é adotar bons hábitos de vida e recorrer a um profissional periodicamente ou sempre que necessário. Tomando essas medidas, a mulher aumenta as chances de ter uma vida com mais saúde e bem-estar.