Explicou que a prevalência desse aumento da próstata é maior de acordo com faixa etária: 90% dos homens entre 81 e 90 anos registram esse aumento. Canalini disse, porém, que – se não influenciasse o funcionamento da uretra – o aumento de volume da próstata não traria nenhuma consequência negativa para o homem.







A próstata é uma glândula acessória do aparelho reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga. A uretra atravessa essa glândula. Quando a próstata cresce, pode prejudicar o processo de esvaziamento da bexiga na hora de urinar.



Alfredo Canalini esclareceu, entretanto, que isso não acontece com todos os homens. “Somente 40% dos homens que apresentam aumento volumétrico da próstata vão ter algum tipo de problema para urinar. Mas se levarmos em conta a população masculina, a gente vê que esse percentual constitui parcela bem significativa”, acrescentou. Estatística recente mostra que cerca de 30 milhões de homens da Comunidade Econômica Europeia (CEE) têm problemas para urinar, provocados pelo aumento de volume da próstata, afirmou.


 


Tratamento


O diretor da SBU informou que 60% dos homens não registram sintoma decorrente do aumento da próstata. Por isso, não precisam tomar remédio nem fazer cirurgia. Lembrou, no entanto, que é comum, às vezes, um paciente ir ao consultório de um urologista preocupado porque fez um ultrassom e o laudo indicou um aumento do tamanho da próstata. Se não há dificuldade para urinar e se o paciente urina bem, com jato grosso, a indicação do especialista é que, por enquanto, não é necessário fazer qualquer tipo de tratamento, apenas acompanhamento.


“Mas quando o paciente começa a ter problema para urinar, o tratamento tem que ser feito”, disse Canalini. Em média, a partir dos 45 anos de idade, os homens já começam a ter as primeiras alterações na próstata, que vão se intensificando ao longo do tempo. “É um processo paulatino de envelhecimento. Assim como os cabelos vão embranquecendo, as rugas vão aparecendo, a próstata vai aumentando”, observou.



O tratamento feito atualmente pelos urologistas é baseado em alguns parâmetros, como a intensidade dos sintomas; o tamanho da próstata; e o nível de PSA, uma enzima que detecta a existência de tumor.



Canalini disse que, além de ser um bom indicador da existência de câncer de próstata, o PSA pode também revelar se o paciente apresenta chance de ter complicações relativas ao aumento da próstata. “Geralmente, o homem que tem o PSA acima de 1.5 e que não é portador de câncer de próstata tende a ter piora dos sintomas ao longo da vida. Às vezes, esse paciente tem que começar um tratamento precoce”, disse.


Alfredo Canalini observou que, quando o paciente resiste a fazer o tratamento, corre o risco de ter os sintomas agravados. Para evitar riscos de retenção urinária, problemas na bexiga, infecções e piora de qualidade de vida, Canalini recomendou que o paciente comece a tratar seu problema desde o momento em que os primeiros sintomas aparecerem.


 


Texto: EBC Brasil