O mês de março engloba duas importantes campanhas de prevenção ao câncer no Brasil:  o Março Azul-Marinho, responsável pela conscientização contra o câncer colorretal, e o Março Lilás, que busca conscientizar a respeito do câncer de colo do útero. Ambos estão entre os tipos de câncer mais comuns na população brasileira, e por isso é vital informar-se a respeito dos sintomas iniciais para evitar um diagnóstico tardio. O objetivo destas campanhas é, principalmente, explicitar tais sintomas, incentivar a prevenção e tratamento, além oferecer uma rede de apoio àqueles que sofrem destas doenças.


Câncer Colorretal


O terceiro tipo mais comum de câncer no Brasil, o câncer colorretal origina-se no intestino grosso (também chamado de cólon) e no reto, região final do trato digestivo e anterior ao ânus. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), surgem em torno de 41 mil novos casos por ano no país.


Fatores genéticos e avanço de idade também aumentam a chance de aparecimento de tumores nessa região, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos. No entanto, existem diversos fatores de risco, como sedentarismo e sobrepeso, alimentação pobre em fibras e rica em carnes vermelhas, tabagismo e alcoolismo que influenciam na manifestação da doença. Dito isso, grande parte da prevenção envolve principalmente a manutenção de hábitos saudáveis. 


Alguns sintomas dificultam a descoberta precoce deste câncer por serem comumente associado a outras doenças, como a diarreia, constipação, dor  abdominal ao evacuar, mudança nas fezes (cor, espessura), perda de peso e anemia. Um dos maiores indicadores é a presença de sangue nas fezes, que necessita de acompanhamento médico imediato. 


O câncer colorretal possui uma alta chance de cura, principalmente se diagnosticado em estágio inicial. Quanto ao tratamento, há a possibilidade de radioterapia e quimioterapia. No entanto, a cirurgia é, geralmente, a principal forma de erradicar o tumor, aliada ao uso de medicamentos.



Câncer do Colo de Útero


Caracterizando o terceiro tipo de câncer mais frequente entre a população feminina no país (atrás apenas do câncer de mama e do colorretal), o câncer de colo de útero é também a quarta causa de morte de mulheres em território brasileiro. De acordo com estimativa do Inca, o Brasil registrou 16.5 mil novos casos de câncer de colo do útero ainda no triênio no ano de 2022.


O câncer de útero é causado, em sua grande maioria, pela infecção por  variações do HPV (ou Papilomavírus Humano), uma infecção genital sexualmente transmissível que pode vir a causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus. Apesar de grande parte das infecções não causarem doenças, em alguns casos ocorrem alterações celulares que podem evoluir para quadros cancerígenos. 


A doença se desenvolve lentamente, portanto o aparecimento de sintomas pode indicar um quadro grave ou já avançado da doença. Alguns dos possíveis sintomas são: sangramento vaginal, dores locais e  corrimento vaginal. Nesses casos, é necessário auxílio profissional imediato para avaliação e tratamento.


A principal forma de prevenção é diminuir o risco de contágio por HPV, seja por meio de preservativos ou da vacina contra o vírus, disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, em todas as Unidades de Saúde da Família, podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais. Além disso, o exame papanicolau é capaz de identificar quaisquer alterações celulares pré-cancerígenas precoces que, se tratadas, são curáveis em quase todos os casos.


Fonte: Ministério da Saúde