Março já é considerado, há muitos anos, o mês das mulheres. Exatamente por isso, se tornou também, um momento propício para alertar sobre o risco de uma das doenças responsáveis por causar tantas mortes anualmente. O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.
O câncer de colo de útero, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Embora o câncer cervical esteja fortemente associado a alguns tipos de infecção por HPV, esta não é a única causa da doença. Fatores como: sexo desprotegido, DST/AIDS, má higiene íntima, uso prolongado de anticoncepcionais, infecções de repetição na vulva ou na vagina, histórico familiar, dentre outros, podem estar associados ao maior risco de desenvolvimento deste tipo de neoplasia.
Um levantamento inédito feito pela Fundação do Câncer, coordenado pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) revelou um triste cenário sobre a adesão de cuidados contra o câncer no colo do útero. O estudo aponta que sete em cada dez brasileiras negligenciam as práticas necessárias para a prevenção contra o câncer do colo do útero. A análise da fundação mostra que 45% das entrevistadas no Brasil achavam “desnecessário” o teste para a detecção de HPV, maior causador do câncer de útero. Outras 15% falam que “não foram orientadas” sobre os procedimentos, enquanto 13% relataram sentir vergonha de realizar o exame. Ao todo, foram ouvidas mais de 54 mil mulheres, entre 14 e 83 anos.
A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV (disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais. Os exames preventivos contra o câncer de útero e a vacinação contra HPV são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, somente 57% das meninas brasileiras estão totalmente imunizadas. Outra forma de prevenção está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que ocorre por via sexual, com o uso de preservativos durante a relação sexual.
Além disso, o exame preventivo (conhecido como Papanicolau), deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual, pois é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces, que se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer.
Previna-se! A prevenção é um gesto de amor à vida.
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