A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde e tem como objetivo a promoção à saúde e a prevenção de doenças com o rastreamento e diagnóstico precoce. Além disso, a APS busca desenvolver uma atenção integral no tratamento, reabilitação, redução de danos e na manutenção da saúde de forma a impactar positivamente na situação da saúde coletiva.


A APS tem como base o vínculo médico-paciente e atua no controle das doenças, na adesão ao tratamento, diminuição de consultas não-urgentes, na redução de visitas aos prontos socorros e nas intervenções/internações hospitalares e exames desnecessários.


A médica de família e comunidade Renata Uliana Augusto afirma que é, geralmente, na APS que a população tem seu primeiro contato com a assistência médica. E ela é norteada pelos princípios básicos que consistem na facilidade de acesso à assistência, no cuidado integral. E é composta por médicos de família, enfermeiros da família e agentes de saúde que acompanham as pessoas em todas as fases e ao longo da vida.


“O atendimento é centrado na pessoa, ao invés de ser focado na doença e tem como objetivo olhar o indivíduo como um todo, a fim de proporcionar tratamentos e mudanças de hábitos de vida, melhor controle de doenças e redução de internações”, afirma.


A equipe realiza pré-natal, atende ao recém-nascido, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Além disso, a APS presta serviços como procedimentos dermatológicos, coleta de material para prevenção de câncer de colo uterino, realiza programas de cessação de tabagismo, controle da obesidade, saúde mental, planejamento familiar e reprodutivo, vacinação, exames de baixa complexidade, entre outros.



 No Brasil, a implementação da assistência primária na saúde suplementar tem crescido e tem como intuito proporcionar sistemas de gestões focados em promoção de saúde e prevenção de doenças. A prática já é bastante conhecida em países como Inglaterra, Canadá, Espanha e Portugal que apresentam sustentabilidade da saúde focada na APS. A iniciativa de inserir o médico de família nos serviços de saúde suplementar é muito importante para a qualidade de entrega de valor em saúde pelo sistema.


De acordo com Renata, é na APS que se pode obter o maior conhecimento das condições de saúde da população. Ela tem como manter o vínculo com os pacientes ao longo de toda a vida, atuando de forma empática e humanizada. “Mesmo quando o paciente precisa ser encaminhado para outros especialistas, o médico de família o acompanha em conjunto, tornando-se corresponsável pelo seu cuidado, a fim de que o cuidado seja continuado por sua equipe de APS de referência”, destaca.



Com a evolução da telemedicina, a assistência pode ser feita também de forma remota, por meio de consultas virtuais, ampliando assim a abrangência das equipes de saúde.