Os avanços da ciência e o conhecimento sobre nossos hábitos têm tornado possível viver por mais tempo e com saúde. Com boas práticas desde cedo é possível viver bem por mais tempo. Aproveitando o mês da mulher, trazemos algumas dicas para que elas possam prolongar a vida sempre com bem-estar.


 


A primeira orientação vale para toda a vida: cuidado com a alimentação. A ginecologista e geriatra Cristina de Jesus Sousa afirma que manter baixa ingestão de gorduras, açúcares, corantes, conservantes e agrotóxicos é essencial em todas as fases. “O ideal é consumir alimentos ricos em proteínas magras, praticar atividades físicas sempre que possível, ao ar livre, para a manutenção dos níveis saudáveis de vitamina D.”


 


Ao longo de toda a vida, a mulher passa por transformações que vão exigir abordagens distintas. Veja a seguir as características de cada fase e alguns dos cuidados a tomar em cada período.


 


De 0 a 10 anos


Este é o período de formação do sistema imunológico e ósseo. A amamentação nos seis primeiros meses é essencial para o desenvolvimento do bebê. “Não podemos esquecer de manter as vacinas em dia para proteção da criança. A imunização se inicia ainda na fase gestacional, com as doses aplicadas na mãe. Depois do parto, a criança segue recebendo anticorpos pela amamentação”, diz Cristina.


 


Iniciar uma alimentação saudável na infância terá reflexos por toda a vida. A médica afirma que uma dieta rica em laticínios, verduras, legumes e frutas, aliada à prática de atividades físicas, ajuda no desenvolvimento físico e emocional da menina. Neste período, deve-se ensiná-la sobre a importância da higiene íntima correta e o uso adequado do banheiro.


 


Dos 10 aos 15 anos


Fase das mudanças hormonais, quando surgem pelos e se desenvolvem as mamas. A jovem começa a descobrir seu corpo e suas emoções ficam à flor da pele. É o momento de fazer a primeira visita ao ginecologista. “As vacinas terão reforços e será incluída no calendário a imunização contra HPV”, diz a ginecologista.


 


“A higiene íntima deve ser explicada e enfatizada sua importância, visto que normalmente é nesta faixa etária que aparece a primeira menstruação (menarca). A atividade física regular deve ser estimulada para o desenvolvimento final do crescimento e para a manutenção do peso.”


 


Dos 15 aos 20 anos


As consultas com o ginecologista devem ser anuais para o acompanhamento do desenvolvimento físico e ciclos menstruais, orientações sobre prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), cuidados com a pele e início de anticoncepção adequada a cada jovem, quando se fizer necessário.


 


O médico dará as orientações necessárias para tirar dúvidas comuns à idade. Fornecer as informações corretas e isentas de críticas e preconceito é essencial para o correto desenvolvimento emocional e social neste momento.


 


Dos 20 aos 40 anos


A alimentação continua a ser prioridade, e o acompanhamento anual com o ginecologista passa a ser obrigatório. É necessário realizar exame preventivo também a cada ano, fazer acompanhamento hormonal e receber orientações para prevenção da gravidez ou para uma concepção saudável e segura para mãe e bebê.


 


Dos 40 anos aos 50


É quando começam a cair as taxas hormonais e de fertilidade em algumas mulheres. Aquelas que ainda não engravidaram e desejam ter filhos devem buscar avaliação de fertilidade, diz Cristina. “Pressões do mercado de trabalho levam muitas mulheres a adiar a decisão de serem mães, e o declínio da fertilidade leva à ansiedade e depressão. Fazer avaliação com um profissional poderá tranquilizar a mulher nessa fase.”


 


Manter o controle de peso e alimentação saudável tem maior importância, pois nessa fase é comum aparecerem alterações nos níveis de colesterol e glicose.


 


A partir dos 50 anos


É quando se observa na maioria das mulheres o início da menopausa, sintomática ou não. O ginecologista vai informar sobre como minimizar os sintomas e, caso necessário, orientar como fazer reposição hormonal.


 


A mudança na produção de hormônios também provoca ganho de peso e altera a distribuição da gordura pelo corpo. Se durante o período reprodutivo ocorre maior acúmulo nas coxas, após a menopausa ela entra no “padrão masculino”, com maior depósito no abdômen. Outro fator que contribui para isso é que há uma diminuição da atividade física espontânea, que resulta na queda do gasto calórico diário. As causas mais comuns são a menor disposição, a redução das horas de sono e as alterações de humor.


 


“A dica para amenizar os eventuais desconfortos da menopausa é conversar com seu médico sobre alternativas para melhorar os sintomas dessa fase. O ideal é cuidar do sono, manter a alimentação balanceada e praticar atividade física de forma regular, como subir escadas, fazer caminhadas”. Também é importante estar atento às vacinas próprias para esta faixa etária.


 


É imprescindível fazer uma avaliação da massa óssea para prevenção da osteoporose, comum na velhice. Esse problema faz aumentar o risco de fraturas e limitações. A atividade física e a alimentação saudável são essenciais para o envelhecimento saudável.