Quase sempre assintomática, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) atinge pouco menos de um terço da população adulta no Brasil. A doença pode reduzir em até 16 anos a expectativa de vida de uma pessoa e tem relação direta com outros males, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto. Por isso, neste 26 de abril, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, relembramos alguns cuidados importantes para manter a boa saúde e reduzir as chances de transtornos causados pela condição.
A hipertensão é caracterizada pela elevação da pressão arterial a um nível igual ou superior a 140 mmHg (milímetros de mercúrio) por 90 mmHg (140 x 90). Quando não é tratado, o quadro geralmente leva a alterações no coração, rins, cérebro, retina e vasos sanguíneos, segundo o cardiologista Edson D’Ávila.
“Estudos mostram que a hipertensão estava presente em 69% dos casos em pacientes com primeiro episódio de infarto, 77% nos com AVC, sendo responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das mortes por AVC”, diz o cardiologista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), 36 milhões de pessoas sofrem de pressão alta no país. O número equivale a 32,5% da população acima de 18 anos. O percentual aumenta quando computados apenas os idosos (pessoas com mais de 60 anos) – atingindo 60% dessa faixa etária.
“Os fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão são história familiar de HAS, idade (envelhecimento aumenta o risco), raça negra, excesso de peso e obesidade, ingestão excessiva de sal e álcool, sedentarismo, níveis baixos de escolaridade etc”, afirma D’ávila.
O diagnóstico é feito a partir da aferição da pressão arterial. O médico lembra que é importante o uso da técnica correta e com aparelhos aprovados e calibrados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que devem ser usados nos braços. Aparelhos de punho não são aprovados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, diz o médico.
Para pacientes com menos de 19 anos, é preciso levar em consideração a medida da pressão, o peso e a altura. “Importante relatar também que a Hipertensão Arterial da Gravidez só ocorre após a 20ª semana de gestação, podendo durar até três meses após o parto.”
Lutando contra a hipertensão
A prevenção e o tratamento consistem em estimular bons hábitos de vida e combater o máximo possível os fatores de risco. Não fumar, reduzir o consumo de sal e álcool, manter o peso ideal, praticar atividade física regularmente, reduzir o estresse e dormir bem estão entre as ações que podem ajudar a controlar a pressão arterial.
O tratamento com medicação é recomendado quando não se consegue manter a pressão em 120 x 80 mmHg ou há associação com a diabetes melito e doenças cardíacas, neurológicas e renais. “A medicação deve ser tomada corretamente e continuamente, pois o benefício vem ao longo dos anos de uso da medicação”, declara D’Ávila.
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