O diagnóstico precoce é o principal aliado para o tratamento bem sucedido do câncer infantil. Detectar o quanto antes a presença do tumor eleva as chances de cura para até 80%, segundo médicos e o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para incentivar a conscientização da população sobre a doença, é comemorado em 15 de fevereiro o “Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil”.


O câncer infantil se manifesta de uma forma diferente do que acomete os adultos, em relação à apresentação, à resposta aos tratamentos e à frequência. Isso ocorre porque a biologia básica dos dois é distinta. 

Sem relação com hábitos de vida e fatores ambientais, os tumores nas crianças geralmente têm crescimento rápido e não atingem apenas um local, mas se espalham pelo organismo, sendo tratados pelos médicos como “doença sistêmica”.

Por não ter ligação com costumes de vida, não é possível prevenir o câncer infantil. “A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce, preciso, e ao tratamento adequado”, afirma a oncologista e hematologista pediatra Isis Magalhães.

Estar atento aos “sinais de alerta” é importante para detectar precocemente e dar a atenção devida o quanto antes. Os sintomas muitas vezes são os mesmos de doenças mais comuns, como inchaço abdominal, fadiga, tontura, perda de peso, febre e tosse persistente ou falta de ar (veja quadro abaixo). Ao perceber alguma alteração, procure o pediatra.



Hora de tratar
Segundo Isis, o elevado número de células em divisão característico do câncer infantil torna os tumores altamente sensíveis à quimioterapia, tornando essa modalidade de tratamento a principal arma para acabar com a doença. A leucemia linfoide aguda, que é o tipo mais comum, tem taxa de cura de 80% quando os procedimentos são realizados de modo adequado.


Esse percentual é obtido quando são tomados os devidos cuidados, concentrando o tratamento em centros especializados, com equipes multidisciplinares treinadas. Esses grupos devem incluir oncologista pediatra, hematologista pediatra, médicos cirurgiões pediatras, neurocirurgiões radioterapeutas, médicos intensivistas, infectologistas, neurologistas, gastroenterologista, nefrologistas, psicólogos, nutricionistas, odontólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais, entre outros.




“Às vezes os protocolos de tratamento aliam várias modalidades de terapia, e a cirurgia e radioterapia também podem ser usados em sequência à quimioterapia”, diz Isis.

O paciente deve monitorar o quadro até cinco anos após o fim do tratamento. A medida visa a tratar o possível ressurgimento do tumor, acompanhar os efeitos tardios dos procedimentos usados para acabar com a doença e também para induzir a criança ou o adolescente à práticas de vida saudável – para prevenir o câncer adulto.