Quanto mais cedo começarem os cuidados para prevenir contra a diabetes, melhor. Isso significa que bons hábitos alimentares devem acompanhar uma pessoa desde antes de ela vir ao mundo, ainda na barriga da mãe.
Seguir à risca essa receita pode evitar a obesidade infantil, que aumenta em até quatro vezes a probabilidade de desenvolver a o tipo 2 da doença antes dos 25 anos – de acordo com estudo publicado na revista científica “Journal of the Endocrine Society”, no Reino Unido.
Segundo a endocrinologista Ana Tillmann, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) do Distrito Federal, uma mãe com uma alimentação rica em conservantes, corantes e doces, com grande ingestão de produtos ultraprocessados, por exemplo, pode passar o hábito como “herança diabética” para o filho.
“Fora isso, a gestante que tem excesso de peso, que come erradamente durante a gravidez, passa para a criança um volume muito grande insulina, porque ela produz muita insulina, e a criança passa a ter muita fome. Já no útero ela tem excesso de insulina e excesso de açúcar.”
Após o nascimento, a orientação é “investir” na amamentação materna até pelo menos 1 ano. Isso faz com que o filho receba toda a carga imunológica da mãe, os anticorpos que melhoram a defesa infantil, criando resistência contra infecções e prevenindo contra o diabetes do tipo 2, afirma Ana.
Bebês a partir dos 6 meses de vida podem combinar a amamentação com mantimentos mais naturais. A orientação é preferir frutas, verduras e legumes e também evitar produtos industrializados, para impedir que a criança crie o hábito de consumir esse tipo de alimento – que favorece a obesidade e o consequente aumento do risco de diabetes.
A médica ressalta a importância de a criança se habituar a fazer exercícios físicos, pois a atividade ajuda a “queimar açúcar”. Combinando boa alimentação e prática de esportes, as chances de problemas de saúde são reduzidas não apenas em crianças, mas em pessoas de todas as idades.
Casos e tipos
Os casos de diabetes têm aumentado nas últimas décadas especialmente por fatores como envelhecimento populacional, maus hábitos alimentares e sedentarismo. No Brasil, o número de pacientes aumentou 61,8% entre 2006 e 2016, segundo o Ministério da Saúde.
Uma pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) apontou que 5,5% dos brasileiros tinham a doença em 2006. O número subiu para 8,9% da população total no país dez anos depois.
O percentual é maior entre as mulheres. No Brasil, 9,9% delas sofrem desse mal, de acordo com a pesquisa Vigitel. Entre os homens, a incidência é de 7,8%.
Há dois tipos mais comuns de diabetes, o 1 e o 2. O primeiro é uma doença autoimune, que acontece quando a pessoa perde a capacidade de produzir insulina por um problema no sistema imunológico, impedindo que a glicose entre nas células. O outro tipo, que é o adquirido, ocorre quando o corpo produz pouca insulina ou é resistente a essa substância.
O diabetes é considerado uma síndrome porque a presença desse mal não significa apenas que haja açúcar no sangue. Há também toda uma gama de doenças que se associam a essa condição.
Pacientes com diabetes podem apresentar sintomas como cansaço, vontade frequente de ir muito ao banheiro, muita sede e perda de peso. Eles também podem contrair infecções, ter cicatrizações mais lentas, formigamento nos membros e visão embaçada.
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