Este mês, entidades de todo o mundo se voltam para a campanha “Novembro Azul”. A ação é dirigida, em especial, aos homens, para conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase no diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Para o urologista Ricardo Ferro, a iniciativa é uma importante estratégia de promoção da saúde. “O Novembro Azul faz com que o tema entre para os assuntos discutidos em família e grupos de amigos, e isso ajuda a diminuir as resistências e a quebrar os tabus que existem sobre o tema”, defende.
No Brasil, os homens vivem quase sete anos a menos que as mulheres. Um dos fatores que ajudam a explicar esses números é que somente 63,9% do público masculino procuram atendimento médico, enquanto 78% do público feminino buscam auxílio desses profissionais. O dado é da mais recente Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE, este ano.
Os dados refletem a falta de uma cultura de prevenção por parte dos homens. “Diferente das mulheres, que desde a primeira relação sexual procuram o ginecologista para cuidar da saúde sexual e reprodutiva, a maioria dos homens espera a fase adulta para iniciar o acompanhamento urológico”, diz Ferro.
O especialista afirma que geralmente os homens recorrem ao profissional da saúde apenas quando apresentam sinais claros de que estão doentes. “Eles partem do princípio de que, se não estão sentindo nada, eles não têm nada. E isso pode ser muito perigoso, principalmente nos casos de câncer de próstata.”
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens. Os sintomas somente aparecem quando a doença já está em fase evoluída e as chances de cura são menores.
PARA SE CUIDAR
A recomendação dos organismos internacionais é de que os homens negros (de pele preta ou parda, de acordo com o IBGE) e os que têm casos de câncer de próstata entre parentes de 1º e 2º grau devem iniciar o acompanhamento da saúde da próstata a partir dos 40 anos. Aqueles que não apresentam os chamados ‘fatores de risco’ devem começar os exames aos 45 anos.
O acompanhamento da próstata é feito a partir da dosagem da proteína PSA, presente no sangue, que pode ser medida em exame laboratorial.
Quando há alteração no resultado do PSA, ou caso avalie a necessidade, o médico especialista realiza o toque retal. “O exame é muito mais simples do que o preventivo feminino. O médico aplica um anestésico em gel e tateia com a polpa digital a superfície da próstata”, explica. O procedimento dura entre 2 e 3 segundos.
A dosagem do PSA e o toque retal não são exames preventivos, mas auxiliam o médico especialista a avaliar a necessidade, ou não, de realizar os exames de diagnóstico, como a biópsia da próstata. Quando diagnosticado precocemente, o câncer de próstata tem mais de 90% de chances de cura.
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