O impacto causado por fake news pode não apenas desinformar, mas também colocar em risco a saúde das pessoas. Tratamentos milagrosos, remédios da moda e “dicas” de pacientes que viram vantagens em deixar de vacinar os filhos são alguns exemplos de conteúdos enganosos que circulam em redes sociais e representam perigo quando o assunto é o cuidado com a própria vida.
Todos os dias, usuários de diversos sites, portais, do Facebook e do WhatsApp, entre outros, compartilham e disseminam mensagens sobre questões de saúde sem comprovação científica ou aval da comunidade médica. O tema é tão sério, que a Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade se manifestou a respeito.
É recomendado checar as fontes de uma notícia em sites confiáveis de instituições de ensino e de pesquisa. Se a dúvida do paciente persistir, sugere-se que ele procure uma orientação adequada. Conversar com um profissional de sua confiança, habilitado e especializado em uma determinada área, será muito mais esclarecedor e é o melhor nesses casos, diz a entidade.
Na tentativa de combater os danos das “fake news”, o Ministério da Saúde lançou no fim de agosto um canal via WhatsApp para a população verificar se a notícia sobre saúde recebida por redes sociais é verdadeira ou falsa.
Qualquer pessoa pode fazer a consulta via aplicativo pelo (61) 99289-4640. O usuário envia a mensagem que recebeu para o ministério. A pasta apura junto às suas áreas técnicas e devolve ao cidadão com um carimbo dizendo se é falso ou não. O conteúdo analisado também fica disponível em saude.gov.br/fakenews e nos perfis do ministério nas redes sociais.
A Casembrapa apoia a ideia de conscientização das pessoas para a segurança digital. O assunto engloba a checagem das informações recebidas e a atenção ao que é repassado.
Números
Recente relatório divulgado pela desenvolvedora brasileira de segurança digital PSafe aponta que 8,8 milhões de brasileiros foram impactos por fake news no primeiro trimestre de 2018. De acordo com o estudo, 95% das notícias falsas são veiculadas por WhatsApp.
A pesquisa mostra que o conteúdo enganoso ganha mais força na região Sudeste do Brasil (47%). Em seguida aparecem Nordeste (28%), Norte (10%), Sul (8%) e Centro-Oeste (7%).
As notícias falsas tendem a fazer sucesso nas redes sociais porque são carregadas de apelo emocional, diz o documento.
A disseminação desse tipo de conteúdo pode não só fazer com que aumente o número de pessoas doentes por falta de vacinação, por exemplo, como também pelo uso inadequado de substâncias ou pela interrupção de tratamentos. São atitudes que podem agravar o estado de saúde das pessoas e leva-las até mesmo à morte.
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